Você já deve ter ouvido falar sobre a “CTC do solo”, ou sobre seu solo estar com baixa CTC e isso prejudicar a produtividade da lavoura ou sobre o fato das substâncias húmicas terem o poder de aumentar a CTC do solo.
Mas afinal, você sabe o que significa essa palavra?
A CTC é a capacidade de troca de cátions de um solo. Falando de outra forma, é a capacidade que os colóides (partículas) do solo têm para reter cátions [elementos de carga positiva como cálcio (Ca2+) + Magnésio (Mg2+) + Potássio (K+) + Sódio (Na+) + Hidrogênio (H+) + Alumínio (Al3+)] em condição que possa haver trocas com o que está na solução do solo.
As partículas de solo, especialmente a argila ou matéria orgânica, possuem em sua superfície diversas cargas negativas. Como os opostos se atraem, as cargas positivas (como os cátions) se ligam a essas partículas que possuem cargas negativas. Portanto, a CTC está relacionada com a capacidade do solo em trocar cátions com a solução do solo, afetando assim a disponibilidade de nutrientes nessa solução para as plantas.
De forma resumida, a CTC refere-se à quantidade de cargas negativas que o solo possui. Essa CTC na análise do solo se apresenta como CTC a pH7,0.
Então se eu tiver uma CTC alta isso é bom?
A resposta é: nem sempre, pois precisamos saber quais elementos estão ocupando aquelas cargas negativas.
Se a maior parte da CTC do solo está ocupada por cátions essenciais como Ca2+, Mg2+ e K+, pode-se dizer que esse é um solo bom para a nutrição das plantas. Por outro lado, se grande parte da CTC está ocupada por cátions potencialmente tóxicos como H+ e Al3+, este será um solo de baixa fertilidade. Um valor baixo de CTC indica que o solo tem pequena capacidade para reter cátions em forma trocável e nesse caso não se devem fazer as adubações e as calagens em grandes quantidades de uma só vez, mas sim de forma parcelada para que se evitem maiores perdas por lixiviação.
Para você entender melhor: se o solo tem uma CTC mais alta, é um solo que tem um reservatório maior. Porém, para saber se o solo está bom, temos que saber o que está ocupando esse reservatório. Na análise de solo, sabemos disso pela saturação de bases (V%). Se ela estiver alta, é porque esse reservatório do solo (a CTC) está em sua maior parte ocupado por cálcio, magnésio e potássio. Se ela estiver baixa, isso não é um bom sinal, pois indica a presença de hidrogênio e alumínio em maior quantidade.
A importância da saturação de bases é que as culturas de uma forma em geral se adaptam melhor a um determinado valor, sendo que pode variar dependendo da região e da cultura. Em média a maioria das culturas se adapta bem a um V% de 70%.
De modo geral ao interpretar a CTC a pH7,0 em uma análise de solo os seguintes referenciais:
A CTC baixa: < 50 mmolc/dm³ ou <5 cmolc/dm³
A CTC média: 50 – 100 mmolc/dm³ ou 5 – 10 cmolc/dm³
E a CTC alta: > 100 mmolc/dm³ ou > 10 cmolc/dm³
Existe diferença de CTC entre solos argilosos e solos arenosos?
Sim, os solos mais argilosos têm a CTC maior do que os solos arenosos, pois areia não tem carga negativa. Por isso nos solos mais arenosos devemos ter o cuidado na adubação, focando em mais parcelamentos, e realizar manejos que proporcionem o aumento da CTC desses solos.
Mas então como faço para aumentar a CTC?
Para isso existem duas formas. Uma opção é aplicar argila no solo, pois ela tem uma quantidade alta de cargas negativas, portanto uma CTC alta. Mas essa é uma prática inviável.
Outra forma é aplicando matéria orgânica, veja como:
– Adubação orgânica
– Cobertura vegetal (palhadas)
– Utilização do fertilizante organomineral SOLOHUMICS®!
As substâncias húmicas possuem alto valor de CTC, e aí é que se explica um dos motivos delas proporcionarem um aumento da produtividade agrícola quando adicionada ao solo:
Adição de substâncias húmicas à Aumento da CTC do solo à Maior reservatório no solo e maior retenção de cátions à Mais nutrientes disponíveis na solução do solo para as plantas.
E MUITO IMPORTANTE:
Além do manejo que aumente a CTC do solo, você deve pensar em corrigir a acidez para diminuir a quantidade de H+ nas cargas negativas do solo, neutralizar o alumínio e adicionar nutrientes para que esse reservatório fique ocupado por bons elementos, certo? E isso pode ser feito por meio da calagem (adição de calcário), gessagem e utilização de fertilizantes que estejam complexados com substâncias húmicas. Lembrando que sempre é importante fazer esse manejo de acordo com a análise de solo e características da área!
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