O solo é o maior ativo do produtor, é nele que a planta se desenvolve e retira tudo o que precisa para produzir. É essencial cuidar do solo de todas as maneiras possíveis para este melhorar suas condições físicas, químicas e biológicas gradativamente.
Cultivos sucessivos retiram muito nutrientes do solo, o pH muda e, de acordo com o tipo de manejo que se faz, pode haver problemas com as condições físicas do solo, gerando problemas de compactação, erosão, salinização, perda de matéria orgânica, etc.
Um preparo do solo bem feito é essencial para manutenção da saúde deste solo e, consequentemente, garantir condições adequadas para o desenvolvimento das plantas. Aqui vão algumas dicas para um bom preparo de solo:
- Antes de iniciar um novo plantio é fundamental fazer uma análise química deste solo (nas camadas de 0-20cm e de 20-40cm), para saber as condições de pH, elementos tóxicos e níveis de nutrientes.
- Se for uma área que nunca tenha feito análise física, ou que nela há atuação de máquinas pesadas, é importante que se faça. Assim, é possível saber como está a porosidade (que influencia muito nas condições da água e oxigênio) e o nível dos agregados, bem como fazer uma trincheira ou uso de penetrômetro para verificar se há camada compactada.
- Sabendo as condições físicas e químicas do seu solo, você pensará como seguir com o preparo a nível de revolvimento ou não do solo e a nível de correções químicas.
- Observando o nível das plantas invasoras, dos restos culturais da área e das condições físicas do seu solo (estabilidade dos agregados e nível de compactação), com auxílio de um agrônomo, será possível pensar qual o melhor equipamento para mexer na terra (grade aradora, arado de disco, arado de aiveca, grade niveladora, escarificador) e assim evitar revolvimentos intensos desnecessários.
- Sempre fazer a correção do solo (calagem) pelo menos 45 dias antes do plantio. O calcário precisa de água e tempo para agir no solo, ele é pouco móvel e não atinge grandes profundidades, sendo necessário sua incorporação por meio de algum equipamento. Se houver problema de alumínio tóxico em grande profundidade, o gesso que é capaz de atingir o nível mais profundo.
- Planejar para fazer na área adubações verdes, incrementação de matéria orgânica e uso de cobertura morta. Essas ações farão GRANDE diferença na saúde do solo de forma cumulativa. Trarão maior estabilidade dos agregados, melhor ciclagem e aproveitamento dos nutrientes, menos perdas por lixiviação e erosão, alívio na temperatura do solo, etc. Tudo isso garante um ambiente propício para o desenvolvimento de microrganismos benéficos, manter condições de umidade e no aumento da concentração e disponibilidade dos nutrientes.
‘’O que se deve ter em mente é que, quando o solo apresentar boas condições para o crescimento vegetal, o seu preparo deve ser tal que suas características sejam mantidas, o que se consegue por meio de alternância da profundidade da aração, pelo manejo da matéria orgânica, pela adoção de um sistema que mobilize menos o solo e, quando viável, pelo uso do plantio direto. Já no caso de um solo degradado, o manejo deverá ser tal que permita a sua recuperação através da utilização de equipamentos mais adequados, manejo de resíduos vegetais e eliminação de operações desnecessárias.’’ (Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.13, p. 41, 1987).