ANÁLISE DE SOLO COMO ALIADA DO AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

Você sabia que a análise de solo pode ser sua aliada para o aumento da produtividade da sua lavoura?

Você sabe como fazer uma amostragem de solo de forma correta?

A análise de solo é uma técnica que utilizamos na agricultura para que se conheça as condições físicas e químicas do solo, e assim entender o seu grau de fertilidade e sobre o melhor manejo a ser utilizado, ajudando planejamento agrícola. Ou seja, com esta análise é possível conhecer o solo em que você irá implantar a cultura, tornando possível o uso racional de fertilizantes e corretivos.

Dessa forma, a análise de solo, se feita de forma correta e representativa, auxilia na recomendação de adubação e calagem ideal e eficiente para aquelas condições e para aquela cultura, sendo também possível trazer economia, já que você irá ter orientação da quantidade ideal de corretivos e fertilizantes a serem aplicados. 

Fazendo um paralelo com nosso organismo, quando o médico vai fazer um diagnóstico e recomendar o melhor tratamento a ser realizado, ele precisa que o paciente faça determinados exames antes. Sem isso, é arriscado realizar um diagnóstico incorreto e o problema não será resolvido. Voltando à realidade da agricultura, a área de cultivo precisa de um diagnóstico correto para ter seu potencial produtivo alcançado, e para isso a análise de solo precisa ser realizada de forma correta, com consequente interpretação e recomendação feita por profissional competente.

Para o agricultor que tem objetivo de alcançar o melhor resultado produtivo da sua lavoura, a análise de solo jamais será um custo, e sim um investimento.

Quais são os tipos de análise que existem?

Pode ser feita análise química, física e biológica do solo. Nesse texto iremos focar nas duas primeiras.

A análise química informa sobre os parâmetros que indicam a disponibilidade de nutrientes para as plantas, a acidez e a matéria orgânica, podendo ser calculado ainda a saturação de bases e a capacidade de troca de cátions (CTC). Por meio dessa análise se avalia a fertilidade do solo. Essas análises podem ser feitas em qualquer época do ano, sendo ideal antes da semeadura ou plantio. Os laboratórios oferecem a análise química simples e análise química completa. A análise química simples é destinada às lavouras que possuem nível tecnológico menor e sem irrigação. A completa é para uma lavoura em que se espera maior produtividade.

  • Análise química simples – Fósforo, potássio, cálcio, magnésio, alumínio, hidrogênio + alumínio, pH e matéria orgânica.
  • Análise química completa – Fósforo, potássio, cálcio, magnésio, alumínio, hidrogênio + alumínio, pH, matéria orgânica, enxofre, ferro, zinco, cobre, manganês, boro e sódio.

Pela análise física é possível conhecer a textura do solo (análise granulométrica), ou seja, a quantidade de argila, silte e areia contida no solo. Com esse conhecimento é possível entender o potencial de uso e manejo do solo na área, como a cultura mais adequada, disponibilidade de água para as plantas, risco de erosão, mecanização, entre outros. Uma informação importante é que ela pode ser feita apenas uma vez, já que a textura do solo não se modifica de forma rápida. Lembrando que saber a textura do solo é de fundamental importância e vai auxiliar na recomendação de adubação e calagem.

Como se ter uma análise de solo representativa?

Para se ter uma análise de solo representativa, é necessário realizar a amostragem de forma correta. Em caso de não se fazer de forma correta, é possível termos uma análise que não está de acordo com a realidade da área e assim, ou faltar nutrientes para as plantas ou tê-los em excesso (e por consequência, maiores gastos desnecessários). Para isso, primeiramente deve-se definir a área, o número de amostras, equipamento para coleta e profundidade.

A área deve ser subdividida em áreas que tenham características parecidas, como cor do solo, textura, topografia (se é em baixada ou morro), histórico da área, condições de drenagem, entre outros. Além disso, não se deve retirar amostras próximas a currais, estradas, formigueiros e casas.

Cada área homogênea não deve ser maior do que 10 hectares.

Para representar uma área homogênea você deve coletar amostras simples (uma porção de solo coletada em um único ponto da área) em diferentes locais, percorrendo o local em ziguezague, e depois misturá-las em um balde limpo. O ideal é coleta de 15 a 20 amostras simples para se compor uma amostra composta.

Para realizar a coleta deve-se utilizar equipamentos com trado ou sonda. Se não for possível, pode-se utilizar enxadão, pá ou cavadeira.

É importante se atentar à profundidade de coleta: o mais comum é de 0 a 20 cm, sendo possível também de 20 a 40cm e 40 a 60cm. Essa informação deve estar contida no envio da amostra ao laboratório.

Então como devo fazer as coletas de solo?

Em cada local de amostragem deve ser feita a limpeza, removendo restos de plantas, galhos, folhas, adubos remanescentes, sem revolver a superfície. A área deverá ser percorrida em ziguezague, retirando-se, com um enxadão ou trado, 15 a 20 amostras na profundidade escolhida de forma que se consiga representar bem a área. As 15 a 20 amostras simples deverão ser muito bem misturadas em um balde limpo, retirando-se uma amostra dessa mistura do balde de no mínimo 300g. Essa amostra retirada do balde (amostra composta) você deve acondicionar em saco plástico limpo e enviar ao laboratório.

Depois você deve identificar a amostra cuidadosamente indicando a propriedade, o local e o número da amostra. Seguir as instruções de envio do laboratório de sua região.

Obs: caso a amostra esteja úmida e o envio ao laboratório for demorar mais do que três dias, é recomendável que se seque a amostra espalhando-se o solo sobre uma superfície limpa e em local sombreado, bem ventilado e sem poeira.

Conseguiu entender como a análise de solo é importante e o quanto é muito importante realizar a coleta de forma correta?

Se você ficou com alguma dúvida, deixe um comentário que iremos te responder!