Por que é importante fazer a análise foliar? A análise foliar é uma das técnicas de análise utilizadas na agricultura que auxilia o agrônomo nas recomendações de adubação. Essa técnica é realizada desde a década de 30 e 40, por ela é possível avaliar quais e em qual quantidade os nutrientes têm sido assimilados pela planta, sendo convertidos em produtividade e desenvolvimento da cultura. As fases indicadas para este tipo de avaliação vão variar, conforme a cultura, em culturas anuais por exemplo deve-se aguardar o florescimento para realização da amostragem.
Para entender esta análise precisamos explicar a ideia de referência, quem tem origem no século XIX com um químico alemão chamado de Justus Von Liebig, que estabeleceu uma teoria comumente conhecida como lei do mínimo. A lei do mínimo onde acredita-se que os nutrientes em grande disponibilidade no solo têm sua absorção pela planta limitada por aqueles em menor disponibilidade (como demonstrado na imagem ao lado). Se o nutriente limitante for o potássio, por mais que eu realize adubação com os demais nutrientes, não ocorrerá um acréscimo de produtividade, pois a necessidade pelo nutriente potássio limita o desenvolvimento ideal da planta: assim como o incremento de produtividade desejado.
Esta compreensão desenvolvida por Liebig deu início ao desenvolvimento da teoria da nutrição mineral, popularizada por seus estudos. Pela análise foliar é possível identificar estados de desequilíbrio, carência ou toxidade que desencadeiam sintomas nas plantas, apontando seu real estado nutricional. Tornando possível possível a identificação pelo técnico responsável, em comparação com a análise de solo, dos nutrientes que estão presentes na composição de adubação e a sua porção disponível e assimilada pela cultura em questão.
Por que fazer a análise foliar?
A análise foliar ao contrário da análise de solo, representa a própria planta, enquanto em análises de solo os extratores tentam imitar o que ocorre nas raízes quanto a absorção de nutrientes disponíveis no solo. A análise foliar, pode ser vulgarmente compreendida como uma prova dos nove para a análise de solo, pois irá justamente demonstrar as capacidades assimilativas reais das plantas. No desenvolvimento das plantas há o que podemos chamar de nutrientes essenciais, eles se dividem no grupo dos macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) e dos micronutrientes (B, Cu, Fe, Mn e Zn). Para compreender a essencialidade de um nutriente devemos considerar alguns critérios:
1 – Estar envolvido diretamente no metabolismo da planta;
2 – Possuir função específica, não sendo, substituível; e
3 – Na ausência de função específica, a planta não completar seu ciclo.
É possível inclusive que o excesso de um nutriente leve a necessidade de outro e vice-versa, por isso o ideal é que todo planejamento nutricional direcionado as plantas foque no equilíbrio dos nutrientes não somente no solo, mas principalmente no interior da planta.
Como coletar corretamente as amostras?
O primeiro ponto a ser considerado é o estágio fenológico adequado de amostragem conforme a cultura. Devendo ocorrer respeitando os seguintes fatores:
Procedimento para coleta de amostras de folhas é simples:
– Caminhamento em ziguezague;
– Caminhamento em x;
– Caminhamento em nível.
- Deve-se priorizar a coleta de entre o terceiro e o quarto par de folhas ocorrendo essa contagem, a partir do par folhas mais recente.
- A amostragem deve abranger os dois bordos das plantas na linha, de modo que em uma linha com 50 plantas 25 plantas serão coletadas no bordo direito e 25 no bordo esquerdo, totalizando 100 folhas coletadas.
- As folhas coletadas não podem estar com danos causados por pragas.
- As amostras devem ser reservadas em sacos de papel devidamente identificados.
O que é DRIS?
O Dris é um sistema integrado de diagnostico e recomendação que visa o desenvolvimento máximo da diagnose foliar, que utiliza relações nutricionais, considerando o balanço nutricional e permitindo uma classificação clara de elementos em situação de deficiência e/ou excesso. Das principais vantagens de utilização do índice Dris estão:
- Ordena os nutrientes em sua ordem de limitação
- Utiliza o conceito de balanço nutricional
- Sofre menor efeito dos fatores de influência
- Pode ser utilizado a qualquer momento do ciclo vegetativo
- Permite o monitoramento da nutrição das plantas
- Busca diretamente os desequilíbrios nutricionais de macro e micronutrientes
- Possibilita correções de emergência na lavoura
- Permite diagnosticar a “fome oculta” (falta de nutrientes que não apresentam sintomas aparentes)
- Se bem utilizado permite a otimização de recursos e insumos
Este processo torna mais precisa a decisão de recomendação de adubação por parte do agrônomo, sendo muito difundido inclusive em sistemas que utilização de agricultura de precisão.