PRÁTICAS PARA EVITAR A DEGRADAÇÃO DO SOLO!

Como vimos no texto anterior “O solo é um organismo vivo”, a degradação do solo ocasiona perdas de elementos nutricionais, de biodiversidade e de carbono estocado. A vida no solo só é possível onde há disponibilidade de ar, água e nutrientes. Existem algumas estratégias para favorecer a dinâmica deste sistema vivo e complexo, o qual é a base da agricultura e onde as plantas crescem e se desenvolvem. Vamos conhecê-las? Afinal, é importante sabermos como mantê-lo produtivo!

A degradação do solo – causas e consequências

Antes de falarmos sobre como evitar a degradação do solo, é importante identificarmos as causas disto e suas consequências.

Dentro das atividades agrícolas, destacam-se como fatores de degradação do solo:

  1. Erosão

A erosão é um processo de desgaste natural da superfície e/ou arrastamento das partículas do solo por agentes como água, vento e sol. A atividade humana como a retirada da cobertura vegetal e o plantio em terreno inclinado sem seguir a curva de nível podem intensificar a ocorrência de processos erosivos. Com a remoção da cobertura vegetal, há o impacto direto das gotas de chuva no solo e aumento da velocidade da água, potencializando a degradação.

2. Compactação

A compactação do solo é o aumento da densidade do solo e a redução da sua porosidade e permeabilidade. Isso ocorre por ele ter sofrido uma pressão contínua ou grande atrito, seja pelo pisoteio do gado, passagem de máquina agrícolas e manejo do solo de forma inadequada. Essa compactação afeta o desenvolvimento radicular das plantas, acarreta deficiência nutricional nas plantas, além de baixar a emergência de plântulas, trocas gasosas e deslocamento de nutrientes. Os sintomas observados no solo são: empoçamento de água, presença de zonas endurecidas na superfície, aumento da erosão, diminuição da infiltração de água

3. Salinização

A salinização é o acúmulo dos sais minerais no solo e esse problema ocorre quando a evaporação da água é muito alta. Ela pode ocorrer de forma natural pela falta de chuvas, porém, o manejo incorreto como má drenagem, falta ou pouca irrigação podem intensificar esse processo. Isso ocorre geralmente em regiões de clima árido ou semiárido pelo fato de que há mais evaporação de água do solo. Quando ocorre a salinização o solo se torna improdutivo e em casos mais extremos, ocorre a desertificação

4. Degradação química

A degradação química do solo pode ocorrer pela indisponibilidade ou excesso de nutrientes, ou pela presença de elementos tóxicos para as plantas. Calagem, adubação e irrigação inadequadas levam ao desequilíbrio do solo, prejudicando sua qualidade e fertilidade. Além disso, o uso excessivo de fertilizantes e defensivos agrícolas contaminam o solo, provocando alteração em sua composição. No caso dos fertilizantes químicos, seu uso sem análise prévia desestabiliza a disponibilidade de nutrientes para as plantas e no caso dos defensivos, o uso indiscriminado pode destruir a biodiversidade do solo.

Portanto, a degradação do solo está relacionada ao manejo inadequado do solo e da água, ocasionando perdas do solo por erosão, lixiviação de nutrientes, compactação do solo, acidificação e salinização do solo, diminuição de matéria orgânica, menor retenção e infiltração de água, assoreamento, perda da capacidade produtiva do solo e prejuízos ao meio ambiente.  

Para evitar essas consequências, torna-se essencial o uso de práticas conservacionistas no solo.

Práticas para evitar a degradação do solo

O manejo inadequado do solo traz diversos problemas ao desenvolvimento das plantas. Para você ter uma lavoura produtiva e com qualidade veja o que você pode fazer:

  1. Plantio adequado

A implantação adequada da lavoura com práticas vegetativas é parte essencial para se evitar a degradação do solo. Deve-se fazer o plantio acompanhando a curva de nível (cultivo em contorno), plantio em faixas, implantação de cordões de vegetação, terraceamento caso necessário e canais escoadouros. Além disso, no caso de espécies de ciclo curto, recomenda-se o plantio direto. Essas práticas vão fazer com que se reduza a velocidade da água e, dessa forma, ocorra a diminuição da erosão e aumento da infiltração de água no solo

2. Cobertura do solo

A cobertura vegetal é essencial para proteger o solo. O solo coberto com plantas é menos suscetível à erosão, apresenta menos perdas de água por evaporação e proporciona maior infiltração e retenção de água no solo. Portanto, é importante evitar deixar o solo exposto. A cobertura morta também é recomendada para cobrir o solo como nos cultivos em canteiros

3. Manejo correto

O manejo correto evita diversos problemas no solo e, consequentemente, na lavoura.

– É muito importante realizar a análise do solo a cada safra para fazer a reposição de nutrientes extraídos pelas culturas e, além disso, evitar o uso excessivo de fertilizantes.

– Para diminuir a utilização de defensivos agrícolas, é necessário adotar o manejo integrado de pragas, doenças e plantas invasoras.

– Deve-se manejar o solo de acordo com sua capacidade, então é muito importante conhecer bem o solo para saber os limites e potencialidades.

– O uso de quebra-ventos ajuda a cortar a velocidade principal dos ventos. As árvores devem ser plantadas de forma perpendicular ao sentido dos ventos predominantes e elas devem ser de diferentes tamanhos, de modo a desviar o vento para cima.

– Deve-se facilitar a passagem das máquinas, fazendo uma inclinação leve nos lados das culturas, e, além disso, o caminho das máquinas dentro da lavoura deve ser feito de forma planejada

4. Rotação de cultura ou consórcio de culturas

A rotação de culturas (alterando as espécies com características distintas e complementares) melhora as características químicas, físicas e biológicas do solo, além de ajudar no controle de pragas e doenças, reposição de matéria orgânica e diversificação de produção. O consórcio de culturas também é uma prática que traz benefícios.

Além dessas práticas, o uso de fertilizantes à base de substâncias húmicas é um grande aliado para evitar a degradação do solo. Ele traz diversos benefícios, como melhoria na qualidade física, química e biológica do solo, além de proporcionar aumento na disponibilização de nutrientes para as plantas, diminuindo a lixiviação e aumentando a eficiência da adubação.

Diante dessas informações, percebemos que a degradação do solo é um fator que prejudica o meio ambiente e o desenvolvimento das plantas, e, consequentemente, o agricultor. A adoção de práticas conservacionistas do solo traz diversos benefícios para todo o sistema.

Com o uso racional do solo você garante um melhor potencial produtivo da sua lavoura.

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Ficou com alguma dúvida? Está com alguma dificuldade para adotar essas práticas? Deixe um comentário aqui que iremos responder!

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